domingo, 11 de maio de 2014

Vida que Brota


                Se há moral na fábula desta existência tão crua deve se basear no seguinte: A mãe é o ser que mais puramente se pode comparar à terra e sua grandeza. Falo, sim, do planeta, mas, com letra minúscula por que quero ser mais específico. Mãe é o calor da terra que germina a semente e nos auxilia a brotar altivos. Logo que saímos de seu ventre só sabemos crescer rente ao mesmo, somos brotinhos medrosos. Há aqueles que crescem rasteiros a vida inteira sem desgrudar de sua mão. Então, começamos a desabrochar, crescer em direção ao sol. É como se esquecêssemos da mãe e só quiséssemos seguir o pai – partindo da ideia de que pai é aquele que cria, e não o que planta a semente. Mas, logo que a vida começar a nos fazer perder as folhas, bater a cara, quem estará lá para amparar será sempre a terra.
Talvez, seja uma metáfora meio tosca. Entretanto, o que quero expressar é que toda a vida brota de um ventre e precisa de um colo. Seja grato, pois sempre que as folhas caírem, a geada queimar ou o sol castigar, ela te oferecerá conforto, de alguma forma.

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