Eu
preciso corresponder. Àqueles que querem me ver majestoso, em pleno vôo;
àqueles que me querem ver caído, de asas quebradas. O que eu, definitivamente,
não posso fazer é ficar parado na janela, observando os pássaros rasgarem a
imensidão dos céus. Preciso dos acordes, das reflexões chimarroneiras, das
palavras. Necessito, profundamente, estar escrevendo. Um artigo, um conto, um
poema, uma letra, uma crônica, uma frase; é meu dever libertá-los, quebrar a
cela da mente, para evitar uma possível ruptura por superlotação. Escrever,
lutar, cantar, amar, cuidar. É necessário ‘arrastar o toso’ com o comodismo. E
é por isso que hei de bater asas, por respeito àqueles que querem me ver
altivo, para corresponder aos que desejam minha queda, pois uma coisa é certa:
ambos anseiam por meu vôo.
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