sexta-feira, 2 de maio de 2014

Volar


                Eu preciso corresponder. Àqueles que querem me ver majestoso, em pleno vôo; àqueles que me querem ver caído, de asas quebradas. O que eu, definitivamente, não posso fazer é ficar parado na janela, observando os pássaros rasgarem a imensidão dos céus. Preciso dos acordes, das reflexões chimarroneiras, das palavras. Necessito, profundamente, estar escrevendo. Um artigo, um conto, um poema, uma letra, uma crônica, uma frase; é meu dever libertá-los, quebrar a cela da mente, para evitar uma possível ruptura por superlotação. Escrever, lutar, cantar, amar, cuidar. É necessário ‘arrastar o toso’ com o comodismo. E é por isso que hei de bater asas, por respeito àqueles que querem me ver altivo, para corresponder aos que desejam minha queda, pois uma coisa é certa: ambos anseiam por meu vôo.

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